sábado, 21 de maio de 2011

Comunidade de Higienópolis se une pela democracia

Da redação
Foram nove meses de reuniões, de abaixo-assinados, de petições e protestos on-line, de manifestações, de disputas, de ligações para figurões da política, de meios heterodoxos de convencimento, mas a comunidade de Higienópolis, na região oeste paulistana, está em festa e pode dormir tranqüila: a mal-afamada estação de metrô não será mais construída no bairro.

“Vocês não imaginam como tudo isso foi desgastante”, comenta Pedro Ivanafter, presidente da Associação de Defesa da Comunidade de Higienópolis e diretamente envolvido na “disputa épica da sociedade civil contra o malvado Leviatã”, como foi tratada por muitos essa ação de salvamento do bairro contra a horda de bárbaros que ameaçava invadi-lo: “minha vida social foi severamente afetada: perdi vários treinos de tênis, encontros do grupo de golfe, caí no ranking de bridge do clube. Mas isso não foi o pior: freqüentei locais sujos, sem ar-condicionado, onde só pessoas de linhagem inferior freqüentam, correndo o risco de contrair doenças de pele, contagiosas, venéreas, tudo isso para fazer uso do meu direito de cidadão – que é igual para todo mundo, por mais reles e pobre que seja – e brigar pelo bem público”. Porém ele diz não ter se arrependido: “tudo isso valeu a pena: foi uma aula de cidadania, uma aula de democracia, ficará para os anais do país. E mais importante: salvamos Higienópolis da gente diferenciada!”.

Quanto às reações à movimentação da Associação de Defesa da Comunidade de Higienópolis, Sérgio Malzbier, 12,4 graus de miopia (usa lentes de contato), há mais de vinte anos aspirante a jornalista e porta-voz da Comunidade, diz que “isso gerou em alguns uma reação histérica, preconceituosa e errada no mérito”. E explica: “é como se os moradores locais, apenas por terem renda mais elevada que a média, não pudessem ter voz no destino de seu próprio bairro”. Conforme ele contou a nossa reportagem, munidos de pilhas de relatórios e de papéis de alto poder de convencimento, a Associação conseguiu dobrar as autoridades apenas apenas em argumentos técnicos: “prevaleceu o bom-senso”. E o fato de não querer uma estação de metrô no bairro é um direito dos habitantes do bairro, que se igualaram, “sem qualquer tipo de preconceito àqueles favelados bandidos, para assim exigir: Jardim Ângela tem estação de metrô? Carapicuíba tem estação de metrô? Se eles têm o direito de não querer, por que nós também não temos?”, e emenda: “ser rico não é pecado”.
Quitanda do Seu Abílio, notem as referências à arquitetura gótica
Dos argumento técnicos, ele enumerou três. Primeiro a descaracterização do bairro: “é que a estação destruiria a quitanda do seu Abílio. Ele está ali fazem [sic] anos, faz parte da vida cotidiana do Alto Higienópolis, é peça fundamental do corpo vivo do bairro e perdê-la seria matar um pouco o bairro, além de matar outro pouco o próprio seu Abílio. Pobre seu Abílio, cadê a cordialidade, a compaixão do povo brasileiro, uma das marcas da nossa brasilinidade [sic]?”.

O segundo ponto seria a completa falta de necessidade de estação de metrô para o bairro, como disse o coronel reformado Ademar Bahle: "Esse pessoal que mora aqui tem carro. [A obra do metrô] Daria um transtorno louco, uma veadagem. Pra quê complicar a vida das pessoas de bem?”. Quando questionado das empregadas domésticas, diaristas, faxineiras, porteiros, babás, seguranças, cozinheiras, copeiras, jardineiros e outros empregados afins, Malzbier diz que “eles sempre vieram de ônibus ou bicicleta e nunca ouvi uma reclamação sequer”. Ele preferiu não se manifestar sobre a cláusula nos contratos de emprego do bairro em que reclamação de qualquer espécie sobre qualquer assunto implica em demissão sumária por justa causa. “Depois, cadê aquela divisão casa-grande e senzala, parte do folclore nacional? São Paulo precisa disso!”, completa. Pelo que nos conta Ivanafter, os argumentos técnicos da comunidade foram “tão fortes, mas tão fortes” que o secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernando, concordou com os argumentos: "ele me disse que era totalmente favorável à exclusão da Angélica". “Eu sempre disse isso”, comenta Bahle: “há outras estações muito próximas, pra quê uma no bairro? Inclusive é melhor uma no Pacaembu. Não dizem que é bom conviver com o diferente? Pois então, botem as torcidas todas na mesma estação para aprenderem a conviver. Por que querem começar conosco o ensino? Nós temos diploma universitário, PhD no exterior, não temos nada a aprender com preto e pobre”. 

O terceiro argumento é que o bairro consegue manter grande harmonia, apesar do caos e da terra de ninguém que hoje é São Paulo, “onde cada um faz o que quer, e o governo não serve para nada, não tem voz alguma”, conforme opinião tanto de Ivanafter quanto de Malzbier quanto de outros entrevistados pela reportagem d'O Hebdomadário. Isso, dizem, graças à homogeneidade da vizinhança. A estação de metrô viria para romper com essa harmonia, sujar o bairro, desvirtuar os jovens, abusar das velhinhas, assassinar as crianças (só porque são branquinhas e cheiram bem) e vender devedês piratas. Como bem resumiu a psicóloga Guilhomara Ferreira, 55, que trabalha e mora no bairro há 25 anos: "eu não uso metrô e não usaria. Isso vai acabar com a tradição do bairro. Você já viu o tipo de gente que fica ao redor das estações do metrô? Drogados, mendigos, uma gente diferenciada...". Questionada se alguma vez ela já havia passado próximo a uma estação de metrô, respondeu indignada: “é óbvio! em 1999 fui ver a virada do milênio em New York, na Times Square, e você acha que eu fui como até lá? Fui de metrô!”.

Malzbier concorda com Guilhomara, para ele a democracia se faz com a harmonia, e a harmonia se alcança entre os iguais: "Eu não sou contra o metrô passar pelo bairro. O problema é ele parar no bairro. É aí que essa gente diferenciada vem e estraga nosso sossego”. Ele disse até que houve uma contra proposta da comunidade para o metro, de uma linha expressa Higienópolis-Cidade Jardim, mas que ainda não obtiveram resposta dos órgãos responsáveis.


Churrascão da Gente Diferenciada atrai mais de mil para pagodão em Higienópolis
Do emissário local
Mais de mil elementos estiveram presentes ao churrascão da gente diferenciada, organizado para provocar a ira dos moradores de bem de Higienópolis. Da praça Villaboim, dando uma parada pelo chópim Higienópolis para um último uso da retrete, eles chegaram à futura ex-estação de metrô de Higienópolis lá pelas 14h, conforme o combinado. Com isopores cheios da cerveja que estava em promoção, espetinhos de queijo coalho e frango com farofa de miúdos, e animados por um pagodão, o churrascão, como todo bom churrasco foi até o início da noite. "Viemos apresentar à grã-finagem do bairro que existe música para além de Roberto Carlos e Ivete Sangalo", comentava P, 25, dono de um dos tamborins presentes.

Além da gente diferenciada, vinda de vários cantos da cidade, uma série de filhos de moradores do próprio bairro e das redondezas também apareceram, além de estudantes universitários entediados. Misturados à gente diferenciada, ainda que facilmente identificáveis, trajavam geralmente camisetas vermelhas, um cigarro sempre aceso, punhos em riste e palavras de ordem. Dentre as muitas reivindicações, esses "rebeldes com causas", como fazem questão de frisar (muitas, por sinal), gritavam contra a Alca e o FMI, pelo passe-livre, por todo apoio ao povo libanês, pelo fim do imperialismo brasileiro no Haiti, pelo fim de experimentos com animais, pelo sexo livre, pela descriminalização da maconha, pelo fim da energia atômica, pela criminalização da homofobia e pelo fim da guerra do Vietnã. Cantando o que eles chavam de "hype revolutionary", como "Pra não dizer que não falei das flores" e "Vai passar" (deturpada pouco depois pela gente diferenciada), eles queimaram uma catraca que um deles roubara do clube e duas garotas queimaram seus sutiãs. T, 22, estudante de direito na PUC, tentando dar um ar "perifa", contava da sua motivação a'O Hebdomadário: "vim do Morumba escarrar nessa burguesia nojenta". Ele também contou que recusou uma BMW e preferiu um Ronda Civic só por causa do nome do carro, que melhor o representava: "que eu sou um mano preocupado em ter consciência cívica, tá ligado?".

Se se descontar as pessoas com celular dá pra chegar a menos de 100
Conforme a PM - que deslocou um efetivo de 50 homens para acompanhar a gente diferencia, "sabe como é, não se pode facilitar", justificou o coronel responsável pela operação - pouco mais de mil pessoas estiveram presentes na manifestação. Para evitar riscos, a gente de bem do bairro também deslocou um efetivo de cerca de 180 seguranças particulares, "sabe como é, essa gente diferenciada e esses maconheiros... deve ter até ateu e veado aí no meio", justificou Pedro Ivanafter, presidente da Associação de Defesa da Comunidade de Higienópolis. Os órgãos de imprensa tentaram diminuir um pouco esse número. Alguns falaram em 800, forçou-se 600. Para o jornal-míope Folha de São Paulo, gente diferenciada vale 20% de um cidadão de bem: pouco mais de mil pessoas equivale a 200 pro jornal (depois aceitaram os 600, pra não ficar muito feio).

Se no asfalto o clima era de descontração por parte da maioria - salvo a juventude das redondezas com suas palavras de ordem -, nos prédios, muitas vezes escondidos atrás das persianas, o que se notava era um grande medo por parte dos moradores que resolveram ficar em suas casas. "Moro aqui e não vai ser uma horda de bárbaros que vai me fazer sair do meu lar", gritava Rita Jogging da sacada de seu apartamento de 450m², que ela divide com o marido e seus dois filhos, um cachorro pequinês e outro pincher que latia raivosamente. Para ela, essa manifestação apenas provava como era acertada a não-construação da estação: "só vai trazer mais mendigos além dos que já estão no bairro".


A revolução democrática chegou (em Higienópolis)
 Da redação
Para o porta-voz da comunidade de Higienópolis, Sérgio Malzbier, o brasileiro que não desiste nunca (mas também não consegue nunca escrever algo inteligente), a manifestação em Higienópolis foi a prova cabal de que o bairro é o bastião democrático brasileiro: "não há mais nada para estar dizendo: Higienópolis é o exemplo para estar sendo seguido pelo Brasil". Ele disse, inclusive, que a Associação de Defesa da Comunidade de Higienópolis já até prepara uma carta convidando o prefeito Kaxab e o governador Alquimia para se mudarem para o bairro, "só não chamamos o Bornrrausen e o SirNey porque eles não são paulistas, não comemoram o 9 de julho".

Conforme Malzbier, a aula de democracia de Higienópolis continuará: "'Justiça para todos!' será nosso lema. Não nos calaremos só porque temos uma renda maior do que a renda média nacional". O próximo passo deverá ser o bloqueio das ruas, a construção de guaritas e a obrigatoriedade do uso de tornozeleiras eletrônicas por parte da gente diferenciada quando adentrar os limites. "É a etapa Defenda Higienópolis, quando a gente vai estar fazendo valer nossos direitos democráticos democraticamente plenamente, e poderemos, enfim, viver em paz".

Sobre a polêmica do metrô, ele diz que sua posição foi mal interpretada: "Veja bem, não sou contra metrô em Higienópolis, sou super a favor, como quase todos no bairro, inclusive a Associação de Defesa de Higienópolis". Ele também comentou que boa parte das faixas presentes no churrascão eram propostas recusadas pelo governo para melhorias do metrô: "distinção de vagão para pessoas de bem e gente diferenciada, isso é uma idéia óbvia! O que dizer então de entrada social e entrada de serviço nas estações?". Ele diz esperar que o governador Alckmin  tome atitudes duras e acertadas no seu governo: "o começo foi promissor".



Aluno é assassinado dentro da U$P
Da redação
Alegria da imprensa e do espectador
Um aluno da FEA da Universidade $uper Poderosa de São Paulo foi assassinado na noite de quarta-feira quando tentava fugir de dois assaltantes até seu veículo blindado. O caso tem ganho grande repercussão não apenas por ter acontecido na U$P, como pela imprensa ter conseguido imagens do presunto ainda fresco, para alegria dos abutres televisivos, e mais ainda dos Urubus-rei: "Tem que matar, bandido bom é bandido estuprado, escalpado [sic], jogado vinagre nas feridas e deixado morrer de sede", comentava José Luiz Datrena, que se diz um pacifista - e era um dos mais controlados apresentadores de programas do tipo na quinta-feira a comentar o ocorrido.

As câmeras de segurança flagraram os suspeitos, que já haviam sido apontados por alunos da instituição na própria noite de quarta: "eles eram negros e não usavam uniforme da empresa de limpeza". A polícia já liberou retrato falado.

Após o ocorrido foi marcada uma reunião de emergência do Conselho Gestor da Universidade para discutir segurança. A solução encontrada foi aumentar o policiamento e dificultar a circulação de quem não é da comunidade acadêmica e, atitude drástica, permitir a entrada da PM para ronda: "não podemos deixar que o mundo de fora da universidade penetre a universidade. Precisamos ser um antro de excelência de nível internacional, não podemos nos incomodar, muito menos sermos incomodados por problemas brasileiros", falou em entrevista coletiva (sem flashes), o Reitor prof. Dr. João Grandinho Rhodes.

O DFE se opôs: "e se reeditarem o AI-5 a qualquer momento? Com a polícia no pastus a repressão será imensa!", se alarmava Adriano Fontes Velhas, presidente. O grande medo do Diretório Formal dos Estudantes da U$P, que já recebeu monção de apoio de outros DFE, é que a universidade perca seu grande atrativo para a esquerda, de parque temático "That's the 70's". Já o CA dos alunos da FEA disse em carta aberta que defende a presença de PMs, mas que é "importante que os policiais sejam devidamente instruídos sobre as particularidades do ambiente universitário: eles precisam se referir aos professores como professores doutores, saber que alunos também são superiores a eles [os policiais], que devem estar sempre de cabeça baixa para nós, e que, como no mundo lá fora, os suspeitos são sempre os pretos, os pobres e, particularidade daqui, os tercerizados". A carta foi uma tentativa de acalmar os ânimos dos alunos vermelhos, concentrados na FFLCH, mas não exclusivos da referida faculdade (uma das facções mais radicais se encontra na FAU).

Por seu turno, muitos dentro da U$P comemoraram a decisão. Para Ana Poala Villacrepúsculo Braga, antiga líder do "movimento apolítico" CDIE (Comitê de Dispersão dos Interesses dos Estudantes) na greve de 2009, famoso por seus flash-mobs e pela sua comunidade no orkut, e atual líder da juventude serrista no Partido do Kaxab, a PM chega na hora certa: "eu não me sentia mais segura aqui, já nem usava mais Rolex no pastus". Para Suedy Videla, ex-reitora da universidade e sobrinha do "ex-presidente" argentino (porque ditador na América Latina só o Chávez e o Fidel), "os bandidos foram além do tolerado", que para ela é "estupra mas não mata". Ela também se disse se sentir co-responsável por essa iniciativa, "afinal, fui eu quem primeiro dei autorização à PM para adentrar o pastus nos últimos anos - inspirada no titio".

Para o coronel da Fepesp (Fundação de Estímulo ao Patriarcado e ao Suicídio Paulista), Carlos Henrique Brota-Cruzes, homem de visão de longo alcance com seus 19,4 graus de miopia crônica, "universidade é um local de pesquisa e não de bandidos ou de baderneiros: Rota na universidade!". Ele também sugeriu que se seguisse o exemplo da sua ex-fazenda, a Uniscamp, Universidade do Sertão que é Campinas, que gasta mais em guardinhas para cuidar dos automóveis dos professores do que com moradia estudantil: "questão de prioridades. O que vale mais? O carro de um professor doutor ou a merenda de vinte aluninhos de graduação? A resposta é óbvia". Com um segurança para cada 115 pessoas e a mesma proporção de câmeras, com a proposta de diminuir pela metade essa proporção, a Uniscamp se orgulha de conseguir abafar todos os casos que acontecem dentro do seu território: "o último que vazou foi aquele assassinato na moradia, um lástima para a imagem da universidade", lamenta o atual reitor, o carola F.F. Casto, da Opus Dei. Brota-Cruzes, quando questionado se a interação universidade-sociedade não ficaria prejudicada com o impedimento da entrada de "corpos estranhos" ao meio acadêmico no "território do saber", afirmou que "a universidade no Brasil precisa recuperar a convicção de que sua missão singular e fundamental é avançar o conhecimento e educar estudantes inteligentes, capazes de passar no vestibular. Interagir com a sociedade é desejável, quando se trata de contribuir para a universidade, apenas. Fora disso, não é papel da universidade se preocupar com questões do Brasil".

Partidos, grupos, facções, defecções, seitas e empresas revolucionárias de esquerda já se organizam para uma "grande manifestação" na semana que vem contra o que eles chamam de "ato autoritário e fascista" da reitoria.




Curso de línguas TZN
[inglês] Will power: poderá. Exemplo: "You will power do this when you get bigger". tradução: "você poderá fazer isso quando ficar maior"




Nota da redação: O Hebdomadário

Nestes tempos em que ganham grande força a espiritualidade e as questões teológicas, mobilizando escritores (Paulo Coelho), personalidades (Reverendo Moon), músicos (Lennon, Madonna), intelectuais (Huntington), políticos (Bush, Lacerda, Garotinho, Serra) e até esportistas (Ali, Senna, Neymar), O Hebdomadário reacende questão que esquentou debates teológicos para além da Escolástica há mais de cinco séculos e se arrola o direito divino de se instituir uma semana alheia e um pouco mais longa que a terrestre – aleatória, ainda por cima. Ademais, como Deus tem lá seus desígnios que ninguém sabe o porquê, O Hebdomadário também tem os seus, o principal deles consiste em por que se proclama um blogue de humor sendo que não tem graça. Mas O Hebdomadário apenas segue a falta de lógica de quem diz que a realidade faz sentido, que o homem é racional – mais, coerente – e, absurdo dos absurdos, o bem existe. Ou, mais simplesmente, O Hebdomadário apenas faz como imprensa ou o jornalismo, posa de sério – mas diz que é humor.

Sem aderir a modismos 2.0, ou versões up to date, O Hebdomadário, apesar de blogue segue modelito por edições (1 2 3 4, nas contagens que não seguem as do Timeu), apesar de modernex é velho, fechado, quadrado (um dinossauro virtual por usar gírias nacional-desenvolvimentistas); e apesar de Ocidental se inspira na sabedoria e no tino dos nômades dos desertos, que há milhares de anos perambulam aparentemente sem rumo mas sempre chegam aonde devem chegar. Ou ao menos dizem que chegaram aonde queriam, o que já é uma grande sabedoria - ao menos engana os bôbos.


Ainda em fase Beta (ou seja, de testes), O Hebdomadário até inova frente seus concorrentes da imprensa tradicional e aceita (de verdade) sugestões críticas colaboradores e dicas de reportagens. Não de qualquer um, é certo, porque O Hebdomadário não nega que está contaminado até a medula pelo espírito democrático que contagia as elites tupiniquins – da imprensa à academia, passando pela nossa Wall Street, a Av. Paulista, e por Miami, sem esquecer da Barra e de Jurerê Internacional.





Nota da redação: Velhos cacoetes

Sim, O Hebdomadário não conseguiu ainda largar as fraldas acadêmicas e se empolgou. Bastante.




esta edição d'O Hebdomadário contou com o patrocínio de....

O Hebdomadário. Nº 0001 [versão Beta]. Todos os esquerdos reservados. Na ausência destes o uso é livre (mas ideológico). [Estamos aceitando sugestões e contribuidores. Críticas podem ser feitas ao nosso 0900]. {ohebdomadario@gmail.com} www.deunohebdomadario.blogspot.com
[Contribuíram para este Febeapá: Pedro Ivanow, o sr. do bom senso e presidente da Associação (ou é entidade?) Defenda Higienópolis. Sérgio Malbergier, o sr. de pura virtude e sem pecado (e sem muita capacidade intelectual para elaborar um argumento razoável também. Mas ele tem dinheiro, e é isso que importa). Mario Carvalho, síndico do edifício Palmares (para provar que não é preconceituoso), o sr. da pura técnica da Associação Defenda Higienópolis. Guiomar Ferreira, a fantástica sra. psicóloga que tem alergia a “gente diferenciada”, e que como boa tucana não disse o que disse. Jurandir Fernandes, o sr. secretário de transportes. Geraldo Alckmin, o sr. governador, sempre muito duro e firme em lidar com gente diferenciada, principalmente se essa gente quer que a res pública perturbe a ordem pública de quem tem mais direitos. Adhemar Rudge, o sr. cel. que acha que em Higienópolis só anda quem lá mora, ou melhor, trafega, porque em Higienópolis todo mundo tem carro. Rita Cooper, a sra. que está sempre em forma pra correr dos mendigos e da gente diferenciada que vai invadir Higienópolis com o metrô (só se pular a catraca). Carlos Henrique de Brito Cruz, o sr. físico que virou gerente da Fapesp, que acha que literatura e filosofia "tornam o ser humano mais sábio" (engenharia torna mais burro, será isso?, ou será que é porque ele não sabe pra que serve filosofia e literatura, nem nunca leu nada da área?), e que apanha internacionalmente do Nicolelis.
Fontes: Folha de S. Paulo, 16-08-10/FSP, 10-05-11./FSP, 21-05-11/Coluna do Sérgio Malbergier na Folha.com do dia 12-05-11/14-05-11/Globo.com(http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2011/05/14/churrascao-da-gente-diferenciada-reune-ao-menos-900-por-metro-em-higienopolis-sp-924465384.asp)/Folha.com(http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/915878-protesto-da-gente-diferenciada-reune-200-pessoas-em-sp.shtml), Revista Interesse Nacional, edição 10]