sábado, 18 de junho de 2011

Paloffi cai, Blasé Roffmann e Ideli Sangati assumem e Gilma admite: “a inspiração para meu governo daqui para frente serão as Gurias Super-Poderosas”

Da redação
Depois de vinte e três dias, a mini-novela “Paloffi, o ministro malandrinho, 2 – agora muito maior” chegou ao fim, justo quando muitos, inclusive o próprio, imaginavam que ela se prolongaria por mais algum tempo.

Com apenas cinco meses, o governo Gilma enfrentou sua primeira crise, a qual atingiu logo o homem-forte, o homem-calção do governo diante dos mercados e demais entidades metafísicas, Paloffi, o ministro malandrinho, que acabou saindo do governo Gilma como cachorro magro: comeu, engordou e saiu.

A crise começou quando o jornal tricoteiro Folha de São Paulo, sempre na janela para, com uso de suas técnicas jornalísticas, saber das fofocas de quem ele não gosta – saber fofocas (importantes) seria o papel da imprensa, o ponto é que a janela da tricoteira Folha fica só para um lado da rua, justo de quem ela não gosta, é claro – divulgou a notícias de que Paloffi, o ministro malandrinho, teria engordado em 2010, além dos visíveis quarenta quilos, vinte milhões de reais com consultorias público-privadas. O ministro se limitou a dizer que eram consultorias legais, consultorias privado-públicas, e negou qualquer outra informação, alegando que isso feria a ética conforme a razão prática kantiana, os princípios propostos por Stuart Mill, além também de atentar contra profissional, empresarial, comercial e os interesses dos seus clientes – grandes empresas com grandes contratos de grandes negócios com os governos federal, estaduais e municipais.

Paloffi, o ministro malandrinho, apenas se manifestou aos 45 do segundo tempo, o que fez perder apoio até de seu partido, numa entrevista exclusiva ao Jornal Internacional, da Rede Blogo, do qual é queridinho – justo por seus poderes xamanísticos. Porém nada disse de novo. Isso ao menos foi o que disse o especialista em leitura labial que o jornal contratou, junto com um perito em veridicidade.

O primeiro, que fez fama ao traduzir o não muito amplo vocabulário de Dunga ao lado do campo – o não muito amplo vocabulário do ex-professor fora de campo já era conhecido –, tentou tornar compreensível o que o ex-ministro disse, mas admitiu que não foi fácil: “não é apenas a questão de fonoaudióloga e consertar a língua presa que ele precisa; aquele excesso de perdigoto atrapalha também na visualização dos lábios para realizar a leitura”. Entretanto, ele se disse impressionado com a classe do ex-ministro: “como é possível babar tanto e não se molhar?”. Da entrevista mesmo, o que houve de mais inédito na fala do ministro foi ele ter recorrido ao princípio da presunção de inocência ao dizer que a imprensa o estava julgado prematuramente – descobriu o senso de justiça do brasileiro e como funciona a justiça-midiática.

Já o especialista em charlatanismo-oportunístico, “perito em veracidade”, Mauro Nardvorny, após utilização de um teste científico – como esses que se encontram em revistas capricho, em qualquer grande portal de internet ou em jornais sérios como Folha de São Paulo –, afirmou categoricamente que “Paloffi, o ministro malandrinho, mentiu sobre faturamento a jato”, por mais que o ex-ministro nunca tenha falado de jatalidade no seu faturamento. Por outro lado, o laudo informa que Paloffi, o ministro malandrinho, foi “verdadeiro” ao dizer que “prestou contas do que fez na iniciativa privada, que não fez tráfico de influência e que não atuou junto a empresas públicas”.

Rei morto, rainha posta
Fonte: Facebook da presidenta e site oficial do governo.
Com Paloffi, o ministro malandrinho, enfraquecido politicamente e com a vida feita, mas ainda com três anos por vir de governo, a presidenta Gilma achou por bem substituí-lo, por mais que o compadre Lulla não concordasse com a idéia. Mais do que isso: resolveu fazer uma reformulação radical no núcleo duro do governo: não uma mera substituição de peças, mais do que um simples banho de loja, uma mudança conceitual. “Me inspirei nas Gurias Super-Poderosas para esta nova fase do governo”, admite Gilma, e completa, “a partir de agora a relação do executivo com o legislativo e os partidos será diferente”.

Para o lugar de Paloffi, o ministro malandrinho, foi escolhida a senadora Blasé Roffmann. Luiz Sério e Ideli Sangati trocaram de postos. O primeiro, que passou os cinco meses de governo cochilando à sombra do Paloffi, o ministro malandrinho – que não é pequena, a sombra, com toda importância que ele tinha, convenhamos –, vai pra secretaria da pesca, onde poderá pescar à vontade; a segunda foi alçada a ministra dos relacionamentos institucionais – logo ela, que em oito anos de senado e antes disso em toda sua carreira pregressa sempre mostrou sérios problemas de relacionamentos políticos. Ideli, porém, diz que está mudada: “hoje sou uma mulher madura, sei conversar. Na verdade, sempre soube, os outros é que não sabiam me ouvir. Agora com a caneta na mão, com certeza nos daremos muito bem”.

Saiba mais sobre as Gurias Super-Poderosas
Blasé Roffmann teoricamente foi eleita para a cota do bonzinho da bancada paranaense no senado. Geralmente a bancada do estado está divida entre um bonzinho, um destemperado e um fascistóide/bronco/ignorante. Para o destemperado, quem ocupa atualmente o cargo é o ex-governador Roberto Requeijão, que parece uma simpática avozinha, mas que esqueceu de tomar o remédio e começa a babar de raiva a qualquer ruído que a incomode – camisas de força têm estado sempre à mão no Senado. Para a cota fascistóide/bronco/ignorante, o fascistóide Álvaro Noites, dono de um QI lamentável, e uma das vozes mais estridentes da oposição - o que ajuda a entender a atual relevância da oposição.

Blasé substituiu outro nome do partido, Flávio Arno. E tal como ele, ela também se aproveitou de parente famoso, no caso Ingo Roffman, para alavancar votos. Mais do que isso, se inspirou no primo automobilista para sua célere carreira política.

Contudo, ela rompeu com seu papel de boazinha, e tendo rompido esse, logo desandou e assumiu o papel que na legislatura anterior era da agora ministra de relacionamentos institucionais, Ideli Sangati, o que lhe rendeu o apelido de Cat do Senado – Cat de Caterpillar, que fique claro.

Já Ideli Sangati, atual perdedora da eleição para o governo barriga-verde, foi duas vezes finalista do concurso de cover da Iveti Sangali, mas sua fama nacional se deu por seu vozeirão nas discussões amenas no senado que ela encabeçava sempre que necessário justificar o injustificável – mensalão, Sir Ney, Renan Cabalheiros. Antes disso, já tinha ganho fama como cão sarnenta do sindicato dos professores, por não dar trégua aos governantes de turno, não largar o osso do sindicato e não defender as melhores propostas pra categoria – como todo bom sindicalista de todo sindicato, diga-se de passagem e não sem propósito.

Petê paulista recebe mal novos ministros
O Petê (Partido de Ex-Trabalhadores Enriquecidos) paulista se mostrou indignado com as indicações: “o núcleo duro do governo agora é 100% gaúcho!”, reclama Cândido Vacaria, que de cândido tem apenas o nome e o auto-controle de não ter esfaqueado seu colega de bancada, Marco Asteca, o qual também soube se controlar bem e não apelou para nenhuma arma de fogo na última reunião da bancada do partido, da qual sairia a decisão de quem seria o indicado para o cargo de Relacionamentos Institucionais. Para Vacaria, “Bahia e Rio Grande do Sul estão superdimensionados no governo às custas de São Paulo, que em menor proporção perde também espaço para os demais estados [Rio de Janeiro, Minas Gerais, Amazonas e, eventualmente, Pantanal, quando não é parte do Estado do Amazonas]”.

Oposição recebe mal a indicação de Blasé
Para a oposição a substituição de Paloffi por Blasé é uma mera substituição cosmética: “um torrão de maquiagem com um nariz horrível, eu não queria estar no lugar dela”, comenta Kátia Fechou, do PDK (Partido do Kaxab), quando questionada sobre a atuação política da sua ex-colega de senado.

A tal mudança cosmética, contudo, não é pouca coisa e começa a influenciar no jogo político de 2014: o vice de Marina Selva, Guilherme Loreal, presidente da empresa de bioparataria de beleza Nature, já cogita apoio incondicional ao governo Gilma. Marina, por seu turno, vê aumentar os indícios do demônio e do pecado no governo: “mulher se arrumar assim? Nem preciso dizer o que é, preciso?”. Ela reforça sua posição de que quem deve gerir o país, assim como a casa, é o homem: “é por isso que não tenho quase nenhum bem em meu nome, porque o homem é quem é o indicado por Deus nosso senhor para mandar, a mulher, apenas para obedecer e para servir. No máximo, para conseguir se eleger e depois dar o poder de fato ao marido. Não é o que a Gilma tem feito, aquela atéia”. Ela, entretanto, faz uma ressalva: “devo admitir que moralmente Blasé é uma pessoa superior, iluminada por Deus, e é sempre bom ter mais alguém a favor da vida e contra o aborto no governo”.

Saiba mais sobre Paraná e Santa Catarina
Do emissário local
Paraná e Santa Catarina, conhecidos em São Paulo como Rio Grande do Sul, são, na verdade, dois estados que ficam acima do Rio Grande do Sul propriamente dito, e formam aquilo que Vargas instituiu como região Sul do Brasil – Brasil é o país que fica fazendo festa enquanto São Paulo trabalha para sustentar.

O Paraná é o estado em forma de fusquinha que fica logo abaixo da locomotiva do Brasil e acima do estado do Maranhão do Sul. Ao contrário do que imaginam os paulistas, o Paraná originalmente não era parte do Rio Grande do Sul, e sim de São Paulo. No fundo, é quase um Uruguai, um Equador do Brasil. O norte do estado é uma região não assumida de São Paulo; a oeste, temos a continuação do Rio Grande do Sul. A verdadeira essência do estado, aonde se encontra todo o patriotismo paranaense, está em toda sua orla litorânea e na capital. Essência essa que consiste basicamente no orgulho de Curitiba (e em ser curitibano, caso se tenha tido esse “privilégio divino”).

Dentre as principais e mais conhecidas manifestações do folclore local estão a viagem de trem de Curitiba até Paranaguá, a dança Cuá-fubá (que não é dançada em CTG! E também não é mais dançada), o barreado de Morretes, o pierogui e a derrubada da araucária, todos, salvo o último, de amplo conhecimento de qualquer desocupado que tiver tempo e paciência para passar quase duas horas buscando isso na internet. Mais recentemente o Estado tem se destacado na música pop com bandas do peso de Sr. Banana (fez trilha pra novela na década de 90!), Bonde do Rolê e a banda hype do super-hit que ninguém mais lembra (felizmente), A banda mais bonita da cidade (que, por sinal, merecia uma resenha crítica, se alguém tiver estômago).

Já Santa Catarina – ou Maranhão do Sul, pelo seu avanço na política local, como atestam Bornrausen, Sangati, Colombinos e outros – é um Paraná B, mas que tem a vantagem de ter Florianópolis. Florianópolis, a capital do Estado, é uma cidade disputada entre manezinhos da ilha e paulistas, com tendência de vitória para os segundos, que a tem transformado em uma São Paulo B, com direito a réplicas B das marginais e seus congestionamentos, e dos rios Tietê e Pinheiros e suas bostas nadantes no mar que circunda a ilha, em especial nas áreas mais povoadas. Nas férias, entram na disputa territorial paranaenses, gaúchos e, principalmente, argentinos, responsáveis pela quase instituição do castelhano como língua oficial no estado.

O resto do território barriga verde (existe um resto) é uma continuação do Rio Grande do Sul com algumas colônias alemãs e uma suíça. Culturalmente Santa Catarina é famosa pela ponte Hercílio Luz, pela invasão argentina no verão, pelo Guga, e mais recentemente pela novela das oito.



Internacional

“Nader Shah invadiu Kandahar para lucrar com a reconstrução do país”
Suetônio Barbosa, indireto de Delhi
“Nader Shah invadiu Kandahar para lucrar com a reconstrução do país” no meio do vasto rol de cartazes impublicáveis pregados nos muros de pedra de uma mesquita em Delhi, denúncias anônimas deste naipe redundam em análises políticas certeiras.

Nader – um gênio militar que fundou a dinastia Afsharid na Pérsia e usurpou habilmente alguns tronos centro-asiáticos – anunciou na última segunda-feira, 13/06/1738, que o séquito heterogêneo de profissionais da saúde que acompanha a Sua Majestade em toda e qualquer batalha reformulará o plano de investimentos indianos do Darya-ye Noor (“Mar de Luz” em farsi), fabricante pública de medicamentos variados que prometem curar de problema gastrointestinais à câncer de elefante e queda de pelo de dromedário.

Após arrasar a cidadela de Kandahar e tomar, em Delhi, o poder das mãos do soberano Mogul Muhammad Shah, Nader e a sua Darya-ye Noor já devem ter recebido em torno de 250 trilhões de rúpias pelas intervenções cirúrgicas feitas nos acampamentos de refugiados e no atendimento psicológico prestado às mães de crianças desaparecidas e mulheres estupradas pelos persas no país subjugado, de acordo com um mulá que preferiu não ser identificado. 

A cidadela de Kahandar no dia seguinte ao ataque de Nader Shah Afshar
A empresa Darya-ye Noor foi fundada em 1695, e agrega curandeiros, adivinhos, necromantes temíveis, enfermeiras e cirurgiões de renome. As pesquisas pioneiras de todos estes profissionais da saúde recebem investimentos otomanos, chineses, egípcios e russos, além do financiamento oficial do trono persa.

Nader Shah Afshar abriu em janeiro uma nova unidade do órgão público para desenvolver produtos de nutrição personalizada para problemas como o diabetes ou subnutrição causada por cercos prolongados. O Shah vitorioso divulgou como meta tornar-se líder mundial em medicina militar no prazo de dez anos, estendendo o domínio que possui nos segmentos políticos, econômicos e coercitivos de toda a Ásia Central. 

A Darya-ye Noor, aliás, já entrou em operação no planalto do Decã e no vale do Indo. "Isso mostra que a Shah Afshar leva a sério a iniciativa", disse Ai Quoli, sobrinho do Shah e consultor especializado em manufatura alimentícia, que trabalha numa sucursal imperial balcânica e desenvolveu uma “farinha de leite”, responsável pela erradicação da fome de todas as populações orientais que puderam pagar o seu elevadíssimo valor.

"Nosso império é tão grande que você provavelmente não verá o impacto da conquista do mercado Mogul nos próximos dez anos. No fim das contas, há muito dinheiro a ganhar. As margens farmacêuticas são maiores que as margens com alimentos e com atividades guerreiras ortodoxas."

Nader e seus tigres de estimação no lançamento do programa de nutrição infantil “Ninho de Luz” em Delhi.
Nader já sofreu algumas tentativas de assassinato por envenenamento em sua última viagem à Delhi e a sociedade indiana, que não pode protestar nas ruas tomada por médicos e patrulhas persas, enche todos os dias os muros das mesquitas e dos antigos palácios de Muhammad Shah de cartazes ameaçadores, pichações e denúncias variadas.

Nada disso, entretanto, é capaz de abalar a auto-confiança e o aspecto bonachão do elegante soberano Afsharid.



Economia
Nestré compra laboratório farmacêutico americano
De caravanas internacionais
No que chama de “investimento em nutrição personalizada”, a multinacional de nacionalidade suíça Nestré comprou o laboratório farmacêutico Prometeu, dos EUA, fabricante de medicamentos contra o câncer e problemas gastrointestinais.

O comandante da empresa, Paul Burke, disse que a meta é se tornar “líder mundial em nutrição de ciências da saúde no prazo de dez anos”. Com isso a empresa, que já é líder, por exemplo, em papinhas para bebês, lucrará com toda a cadeia produtiva alimentar: “cansamos de dar lucro para os outros: passamos anos criando os problemas gastrointestinais em nossos clientes e depois quem pega esse filão mais lucrativo são os outros?”, questiona. Ele disse que a empresa não pretende ir além e avançar sobre o ramo de funerárias: “o fim é humano, está na natureza do homem; o que a Nestré se preocupa é com os meios”.

Empresa abriu em 1995
Fundado em 1995, e há 14 anos deixando seus acionistas felizes com a desgraça alheia (apesar de eles também contribuírem eventualmente para os lucros da empresa), o laboratório Prometeu leva o nome do titã que roubou o fogo dos deuses porque originalmente era especializado em comprimidos para gastrite e um fármaco genérico ao Engóve. Hoje seu portfolio tem mais de 150 medicamentos, para as mais diferentes enfermidades, para as mais diversas classes sociais e nos mais diferentes sabores e formatos.




Esportes: Automobilismo I
Berraquelo faz escola também na Indy
Depois de verem a emoção de carros a 300 km/h na marginal Tietê numa congestionada segunda-feira de manhã, os brasileiros passaram nutrir um apreço ainda maior pela Fórmula Indy ao saberem que a “fórmula da emoção” também é dada a mandos e desmandos de equipe – e muito mais vis do que as que mandam, via Rádio Ferrari, 807 AM, deixar Chumaqueres ou Alonços passarem!
Bruno Junk-eira novamente conseguiu se classificar para as 500 milhas de Indianápolis. E pela segunda vez sentiu o gostinho da vaga vendida para algum piloto incompetente, que mesmo em equipe maior não conseguiu entrar numa das 33 vagas do grid. Em 2009 foi para o canadense Alex Tagliani. Agora em 2011 para o estadunidense Ryan Hunter-Reay, que durante a prova mostrou porque teve que comprar a vaga.



Esportes: Automobilismo II
500 milhas de Indianápolis vê nascer um mito.
Desde 1927 os EUA não viam um piloto americano ganhar logo na sua primeira tentativa a principal prova de automobilismo do país, as 500 milhas de Indianápolis – uma das três mais importantes do mundo, junto com as 24 horas de Le Mans e o GP de Mônaco. Mais: isso aconteceria de novo na simbólica edição em que se comemorava o centésimo aniversário da prova, por um piloto que nunca havia vencido uma prova em qualquer categoria principal de automobilismo, era patrocinado pela Guarda Nacional e é apelidado de Capitão América. Com todos estes elementos postos, a emoção foi tão forte, mas tão forte para Hildebrand Jr. que, na solidão do seu cockpit, na octingentésima e última curva da ducentésima e última volta, solitariamente...



Mas seu esforço foi reconhecido: ele foi declarado por antecipação de 88 anos o detentor do Troféu Loser do século. A Grande Nação Americana está orgulha do seu Capitão América.





Cultura/Crítica
O Gogó da Glória

Mamãe remendava
seus paninhos
bordados: Filha, quando
bem velhinha estiver
essa agulha torta
na tapera vazia
que linhas torcerei?

Que botões finos
apontarão para mim
o caminho da feira,
o travesseiro, o jardim,
as pedras, as facas
a volta do parafuso,
as cacimbas e as romãs?

Papai tirava coelhos
da cartola
surrada: Filha, quando
bem velhinha estiver
essa garganta rouca
no picadeiro vazio
quais truques balbuciarei?

Na próxima semana na próxima edição do Hebdomadário, um almanaque que já nasceu clássico, do alto de suas duas de sua única corcova “O Gogó da Glória” solfejará na sua frente uma infinidade de números  musicais.
Letras estapafúrdias, fofocas de bastidores, sexo explícito, astros do rock estertorando debaixo de grossas camadas de vômito, polcas aristocráticas e uma entrevista fodástica que a Sandi-Júnior nos concedeu em cativeiro gentilmente: “Virgem, é claro!... ascendente em Áries”. 
Aguarde e confie.




Nota da redação:  Segunda edição
Nestes tempos de internet, em que notícias se espalham aos quatro ventos virtuais como se fossem nuvens de gafanhotos - ou, pior, como já atestou Fernando Gonsales, nuvens de grilos falantes -, O Hebdomadário, ainda se utilizando dos seus simpáticos dromedários para locomoção (lerdos, mas companheiros) em meio a esse deserto superpovoado de solidões (poético!) que é a tal da web, chega sempre com certo atraso com suas piadas sem graça. De qualquer forma, esse pequeno delay não é problema para um humor de qualidade, o que, definitivamente, não é o nosso caso. 
Diante disso, lamentavelmente, fatos importantes e recentíssimos acabaram ficando de fora, como, por exemplo, a "Marcha por Jesus e pelo assassinato com requintes de crueldade para os Viados, Sapatões, Maconheiros, Putas, Vagabundos e demais sub-humamos que negam os ensinamentos de Jesus" realizada em Curitiba, assim como a "Demi-Marcha da Maconha", antes de uma marcha, uma "Dispersão da Maconha", porque era cada um para um lado, fugindo da porrada da polícia. Afinal, como bem questionou o coronel da PM responsável por manter a ordem diante daqueles vagabundos: "esse pessoal está achando o que? Que a rua agora é pública?". Por sinal, tempos militaristas estes, em que é marcha para tudo, não? Só o pessoal da bicicleta prefere fazer passeios.
E antes tarde do que nunca, não desistimos de falar algo sobre o kit-cria-gay (tem entrevista com o Bolsonaro na Época!), e da decisão dos maconheiros do STF - que ao invés de julgar coisas importantes do passado, como Plano Verão, ficam se incomodando com liberdade de expressão e outras perfumarias. A ver se conseguiremos na próxima edição. A ver se teremos próxima edição.
Que fique registrado a existência de uma segunda!
Um cordial até breve!
Equipe d'O Hebdomadário.


Nota da redação: Sinal de fumaça
Nas suas andanças pelos desertos em busca de notícias, eis que O Hebdomadário se depara com fumaça branca! Sim, é o sinal: habemus gloriam!
Com sua ampla bagagem tirada do que há de mais expressivo na televisão tupiniquim – Faustão, Vídeo-Show, Fantástico – Glória Maria entra para a equipe de articulistas d'O Hebdomadário. Ela pode não ser virgem, mas dá a luz a divinas análises, dignas de figurarem no panteão deste modesto boletim.
Glória está conosco, ela está no meio de nós!



Esta edição contou com o suporte financeiro de...


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O Hebdomadário. Nº 0002 [versão Beta]. Todos os esquerdos reservados. Na ausência destes o uso é livre (mas ideológico). [Estamos aceitando sugestões e contribuidores. Críticas podem ser feitas ao nosso 0900]. {ohebdomadario@gmail.comwww.deunohebdomadario.blogspot.com
[Expediente deste FebeapáDilma Rousseff e suas novas ministras, Antônio Palocci, o ministro malandrinho, todo o PSDB e o DEM e sua acefalia crônica, o PT fratricida, Folha de São Paulo, o jornal míope e tricoteiro, sempre ele, falando m* e dizendo que faz jornalismo; Fernando Rodrigues, que reproduz bobagens mil no seu blogue de política, "Jornal" Nacional (ou sitcom das oito, apresentado pelo casal Doriana brega), Bruno Junqueiro, o piloto ingênuo (só não ganha em ingenuidade do Barrichello, que chegou a imaginar que um dia foi piloto do nível de Schumacher) e, claro, J.R. Hildebrand, nosso herói!
Fontes: Valor Econômico, 25/05/11; Blogue do Fernando Rodrigues (http://uolpolitica.blog.uol.com.br/arch2011-06-05_2011-06-11.html#2011_06-07_12_51_38-9961110-0), Jornal Nacional, 3/6/11.]